Freguesia Portuguesa pertencente ao Concelho de Vagos, Distrito de Aveiro, a Freguesia de Fonte de Angeão e Covão do lobo está situada no "coração" da Gândara. Gândara é uma palavra que na toponímia portuguesa se aplica a "qualquer porção de terreno arenoso, inculto e geralmente plano ou pouco relevado" . As casas Gandarezas são as casas típicas da nossa região. Estas representam parte do património nacional, dando a conhecer uma parte da nossa história, das nossas raízes, das nossas tradições, do nosso meio, e da nossa cultura.
A casa Gandareza é uma casa que hoje em dia já não se constrói devido ao desuso dos materiais de construção da casa, mas também devido a alterações profundas no modo de vida das populações da região, já que a casa Gandareza é uma casa que apenas se adequa às necessidades rurais. Contudo as casas Gandarezas continuam a existir, algumas ainda como centros de grande actividade agrícola, mas pertencendo a um passado anterior à emigração.
A casa Gandareza tem uma estrutura que se adequa às actividades realizadas pelas pessoas que nela habitam, sendo por isso vocacionadas para uma utilização essencialmente agrícola. Do ponto de vista patrimonial, visite a Igreja paroquail de Fonte de Angeão, dedicada a Sra. do Livramento, de construção recente, que veio substituir a Igreja erigida em 1949, a Igreja Paroquial de Covão do lobo, que até ao terceiro quartel do século XIX, foi no lugar de Igreja Velha, sensivelmente no local onde se encontra a Capela do Cemitério do mesmo lugar, que está, em parte, situado no ex-corpo da antiga Igreja, sendo o altar-mor a nascente do Cemitério com a torre colocada do lado esquerdo do corpo da Igreja. Tinha apenas um sino que, mais tarde, foi trazido para a actual Igreja, onde se encontra. Tanto o adro como o arrail dessa Igreja serviram de Cemitério. O casario ficava situado quase todo, a sul da Igreja Paroquial de Igreja Velha, ficando apenas uma casa a Norte e três a Poente do, então, caminho para Santa Catarina. As festas da terra têm o seu ponto alto com a festa da Ascensão em honra de São Salvador, 40 dias depois da Páscoa, de que entre muita animação desde o nascer do dia indo pela noite dentro, se destaca a majestosa procissão a seguir à missa, actos litúrgicos a que se associam muitos devotos, não só locais, mas também das redondezas.
A VISITAR:
• Casas gandarezas
• Parques de merendas com lagoas
• Igreja paroquial de Covão do lobo
A sua construção foi iniciada em 1856 pelo vigário António da Costa Pedrosa que elaborou todo o orçamento e materiais a empregar na sua construção. Por o povo andar sobrecarregado com décimas, contribuições e outros impostos foi, a obra, executada por fases e as derramas efectuadas de 10 em 10 meses.
Na primeira fase construiu-se o altar-mor, na segunda o corpo da Igreja, na terceira os telhados e pinturas e na quarta e última a torre.
Alguns materiais vieram da antiga residência paroquial. A pedra utilizada veio de Ança e de Outil. A telha veio, parte da Igreja antiga, para cobrir a Sacristia e o Salão, e outra parte de Salgueiro para cobrir todo o resto. Em 1878 morre o Padre Pedrosa. Em 1904 toda a telha foi substituída por telha Marselha.
Os altares laterais foram construídos em 1881. A pintura das portas e paredes e colocação de vidros é feita em 1869. Os sinos, veio um da Igreja Velha, outro era da Capela do Santíssimo, o qual tendo rachado foi trocado pelo actual sino grande que foi afinado pelo som do sino rachado, isto no ano de 1900. O altar-mor e a tribuna foram comprados a um convento de Cantanhede.
A sul desta Igreja ainda se sepultaram cadáveres, tendo sido feito um muro para os proteger dos traseuntes. Em 1880 é completa a torre e todas as obras da Igreja.
• Igreja paroquial de Fonte de Angeão
Lápide no exterior da Igreja Matriz de Fonte de Angeão
"Aos 21 dias do mês de Agosto do ano do Senhor de 2010 foi benzida por Dom António Francisco dos Santos esta Igreja Paroquial da Freguesia de Fonte de Angeão. Esteve presente Dr. Rui Miguel Rocha da Cruz, Presidente da Câmara Municipal de Vagos, sendo Pároco o Padre João Evangelista Marques Sarrico. A bênção da 1ª pedra foi realizada no dia 27.07.2008."
• Capela dedicada à Nossa Senhora da Boa Viagem
O padre Manuel Augusto Marques propôs ao povo de Rines a construção da Capela. «Pensem bem nisso, que eu dou o terreno», terá dito um dia, numa roda de amigos, no fim da missa. A ideia ganhou força, até porque a povoação «era a única da freguesia que ainda não tinha uma capela», recorda Anunciação Batista, que ainda se lembra do marido ter feito os primeiros contactos. Estava lançada a semente…
O lançamento da primeira pedra ocorreu a 27 de Novembro de 2000, depois do terreno ter sido doado por aquele benfeitor, comprometendo-se a Junta de Freguesia, liderada por Helena Marques, a disponibilizar todo o tijolo para a obra. Depois vieram os franceses e os canadianos, que Rines continua a ser terra de gente ligada à emigração. E por fim a Câmara, que também deu uma ajudinha. «Foi uma coisa bonita, toda a gente ajudou, não ficou ninguém de fora», confirmou a prima (por respeito do marido, já falecido) do presbítero.
• Capela dedicada à Nossa Senhora da Saúde
Começou a sua construção em 26-5-1979. Foi benzida em 15-8-1980 por D. Manuel de Almeida Trindade, Bispo de Aveiro sendo Paroco de Freguesia o Padre Manuel Vieira de Carvalho e Silva, resgista-se a generosidade da população da Parada de Cima que neste curto prazo contribuiu para que esta obra fosse possivel.
A Comissão: Firmino Domingues; Antonio A. Lopes; Mario F. Julião; Antonio S. Frade; Manuel Fresco e Augusto F. Gomes.
• Capela dedicada à Nossa Senhora da Boa Viagem (Rines)
• Capela dedicada à Nossa Senhora de Fátima (Gândara)
EVENTOS ANUAIS - FONTE DE ANGEÃO
• Festa em Honra da Nossa Senhora da Boa Viagem - (último domingo de Julho ou primeiro de Agosto)
• Parada de Cima (Capela dedicada à Nossa Senhora da Saúde)
• Festa em Honra da Nossa Senhora da Saúde –( Domingo mais próximo do dia 8 de Agosto)
• Fonte de Angeão (Igreja dedicada à Nossa Senhora do Livramento)
• Festa em Honra da Nossa Senhora do Livramento – (dia 15 de Agosto)
• Gândara (Capela dedicada à Nossa Senhora de Fátima) - Festa em Honra da Nossa Senhora de Fátima – Gândara (3º domingo do mês de Agosto)
EVENTOS ANUAIS - COVÃO DO LOBO
• Festa da Ascensão em honra de São Salvador, 40 dias depois da Páscoa
• Festa do Corpo de Deus, 20 dias depois da Quinta-feira da Ascensão.
É realizada 20 dias depois da Quinta-feira da Ascensão. É uma festa de 'preceito', isto é, para os católicos é de comparecimento obrigatório participar da Missa neste dia, na forma estabelecida pela Conferência Episcopal do país respectivo.
• Festa das Amêndoas
No Lugar do Vale, festa distribui mais de 100 quilos de amêndoas às crianças ...
Não se sabe como terá surgido, mas o que é certo é que está para continuar por muitos e largos anos. Apesar de não ser do conhecimento público da grande maioria dos vaguenses, no lugar do Vale, freguesia de Ponte de Vagos, a segunda-feira da Páscoa é sinónimo de festa.
Mas não se trata de uma qualquer festa: é, talvez, a festa mais doce do concelho, a Festa das Amêndoas. Iniciada no tempo do padre Ribau (ou padre Augusto, não se sabe ao certo), quando a paróquia pertencia a Covão do Lobo, a Festa das Amêndoas tinha lugar depois de realizada a Visita Pascal.
«O padre Ribau costumava retirar as amêndoas que as pessoas colocavam num pratinho e, no final da visita, ia para um largo e atirava as amêndoas às crianças», contou Paulo Francisco, da comissão organizadora. Esse largo, onde entretanto foi colocado um cruzeiro e pavimento nos últimos anos, foi adquirido pela Comissão de Moradores do Lugar do Vale e foi nele que a organização lançou cerca de cem quilos de amêndoas às dezenas de pessoas, sobretudo crianças, que ali esperavam.
Orçamentada em 800 euros, a «humilde» festa conta com o apoio da população local e lugares limítrofes, que «oferecem sempre donativos nos peditórios que efectuamos umas semanas antes», agradeceu Paulo Francisco, não esquecendo o apoio atribuído pela Junta de Freguesia local.
Presente na festa, Silvério Rua, da Junta de Freguesia, admitiu que nunca deixará de «apoiar a única festa deste lugar», garantindo «continuidade da tradição que já tem mais de meio século». Desde os mais novos aos mais idosos, no final, todos comeram o pequeno doce que mais simboliza a Páscoa. Mas foram as dezenas de crianças que ficaram melhor servidas, levando as sacas plásticas, trazidas de casa, repletas de amêndoas.
In "OPONTO" jornal regional, 26 de Abril 2006